sábado, 22 de agosto de 2009

A mediocridade no dia-a-dia: obrigações sociais




Quinta-feira a noite, você exausto pela rotina de escola ou trabalho, esse frio lá fora e a única coisa que você desejaria fazer é ficar em sua casa quentinho, ouvir música, tomar um chocolate quente, tomar um longo banho quente e ler aquele livro que você comprou antes de ontem. Você já pode ver a luz no fim do túnel, o seu bem merecido descanso, o fim de semana. Maravilha.



Exceto por uma razão: sua tia-avó estará comemorando aniversário de 74 anos numa breve festa a noite. A reunião ocorrerá na cidade vizinha, a apenas 120km de sua casa, às 20h. Claro que ela sequer imagina que as pessoas que ela espera terão que acordar às 5h da manhã no dia seguinte. E claro que a ideia de dirigir 120km numa rodovia à meia-noite agrada qualquer um. Mas, enfim, obrigação é obrigação e devemos comparecer.



Quando chego lá, me deparo com um apartamento com dois dormitórios, sala e cozinha onde, de forma inexplicável por todas as ciências já conhecidas, acomodam-se 25 pessoas. As crianças passam correndo entre suas pernas, tropeçando no seu pé apenas para bater os dentes em uma mesa de vidro, porque não podem esperar para pegar sorvete. Enquanto isso você procura alguma atividade para tomar seu tempo. Já que não tem ninguém conhecido, você tenta sentar no sofá e encarar a televisão, esperando que a tortura cesse. Mas é interrompido por sua tia, que de cinco em cinco minutos fala pra você pegar empadas, que estão divinas. Você tenta escapar daquilo tudo e se aproxima da ala masculina da festa. Agora o ambiente lhe parece pouco mais familiar, porém quem lhe interrompe desta vez é seu pai, pedindo-lhe para pegar cerveja ou amendoim.

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