A mediocridade no dia-a-dia : Festas Infantis

Imagine você, nos seus 14 ou 15 anos, louco para sair, curtir, com programas marcados, pronto para se divertir com seus amigos e curtir a vida, para então descobrir, 30 minutos antes de sair, quando sua mãe te manda tomar banho, que vocês tem AQUELA festa do sobrinho-neto da sua trisavó por parte de hamster, que vai começar em 15 minutos, que sua mãe diz que vem te lembrando a semana toda (quando obviamente é mentira).

Aqui nós podemos nos separar em duas situações diferentes: Buffets e Festas em casa com Buffets contratados.



Começaremos com os Buffets. Chegando na festa você se vê encurralado por 5 senhoras que já passam dos 60 anos e que dizem que te conhecem desde que você era um bebezinho, te abraçando e apertando seus seios da face, enquanto você tenta lembrar o nome de qualquer uma delas. Tenta sentar em uma mesa e jogar um jogo em seu celular, o qual percebe estar sem bateria, e então se depara com uma deliciosa bandeja de salgadinhos praticamente ainda congelados que não são agradáveis a ninguem, mas que todos dizem ser deliciosos.

Então, desesperadamente você procura por um videogame estilo arcade, pronto para aquela emocionante e disputada partida daquele novo jogo, pac-man. A caminho de seu tão esperado triunfo, você leva mais ou menos 8 cabeçadas na canela dos pentelhos que estão correndo brincando de Power Rangers.

Ao chegar no sua tão esperada "diversão", você dá de cara com seu tio que mora lá na Bisnaguinha do Norte, que você não vê a 16 anos e que te convida para uma mais do que emocionante partida de hockey de mesa (se é que é esse mesmo o nome). Depois de você ganhar umas 8 partidas, seu tio começa a se exibir para seu pai, dizendo que te deixou ganhar porque fazia tempo que vocês não se viam e seria uma desfeita já sair ganhando de você (óbvio [sarcasticmode{on}]).

Hora do parabéns, finalmente você, que estava morrendo de fome por não aguentar mais se esquivar daqueles repugnantes salgadinhos, poderá saborear um delicioso brigadeiro acompanhado por um grosso pedaço de bolo. Todas as crianças estão se chutando e roubando brigadeiros, enquanto que você, ao tentar pegar um, leva um tapa na sua mão de uma daquelas senhoras que mencionei no começo, dizendo para esperar o "Parabéns Para Você!". É claro que isso significa um bando de "coordenadores de diversão" pulando e cantando aquelas velhas e chatas muscas da Eliana que ninguem aguenta mais ouvir. Agora já esta na hora do "Com Quem Será", a esperada hora finalmente está chegando, logo você vai comer um pedaço de bolo, brigadeiros e sair daquele inferno cheio de pentelhos correndo de um lado para o outro. Ao chegar sua vez todos os deliciosos brigadeiros deliciosos se esgotaram graças àquelas "lindas" criancinhas ques não podiam esperar como você para comer, te deixando apenas àqueles brigadeiros rosas, de gosto extremamente desagradável.

Mas calma, não se desespere, a aclamada hora de partir finalmente chegou, ao entrar no carro, você começa a falar de todas as suas desventuras nessa festa, que não pior que nenhuma outra festa dessa categoria, junto com seu pai que ri e te apoia. Mas rapidamente você é boicotado por sua mãe, que diz que você é pessimista e não sabe ver o lado bom das coisas. Tem algum lado bom nisso?



Agora, se o caso for uma festa na casa do aniversariante ou no salão de festas de um prédio, tudo feito por um Buffet contratado que atende a domicílio, a história ja muda (pra pior). Nessa ocasião, os jogos continuam os mesmos ou piores, só que são mais frequentemente ocupados por tiozões na meia-idade que buscam suas belas e nostálgicas lembranças de sua vida quando eram apenas crianças (há 40 anos atrás).

Os salgadinhos são servidos em copos de whisky, já que o forno do salão de festas nunca funcionam e nunca esquentam como se deve. Sua avó de 99 anos, que não poderia nem se levantar, fica andando de lá pra cá arrumando tudo, limpando copos, recolhendo lixo e resmungando com você sobre a falta de educação das crianças que estão rindo alto demais. Mas é claro que uma coisa nunca muda, aliás, duas, a música da Eliana e os pentelhos mal educados que esbarram nas suas pernas como se fossem invisíveis.

Mas a festa está só no começa, ainda restam mais 3 torturantes horas de festa para você fazer aviõezinhos de papel, ver sua avó tendo um colapso nervoso por andar muito ou ver aquele menino que corre como louco cair de boca no chão, como você ja estava prevendo.

Chegou a hora daquele ótimo show, 4 em um: mágico, palhaço, ventriloco e pela saco. Como sempre ele faz aquelas piadas forçadas e mágicas de kit da Rihappy que não conseguem te arrancar um sorriso, e, ao perceber isso, o artista inconformado te chama como voluntário para aquela mágica do leite no copo que vira no jornal, ele precisa de uma testemunha para ter certeza de que é mentira.

No final da festa, ou melhor, 2 horas depois da festa, você ainda é forçado a ficar na festa arrumando a bagunda dos pivetes, enquanto a anfitriã aguarda com 8 crianças cujos pais esqueceram de ir buscar.



Neste momento caro leitor, quero terminar este texto com uma frase muito sábia: festa infantil é como sabonete de pensão, sempre tá cheio de pentelho e ninguém sabe de quem é.